Hipertonia arterial crônica – pressão alta

Hipertonia arterial crônica – pressão alta

Para não ficar aleijado…

 

Hipertonia arterial: com pressão alta não bastante tratada muda a vida de um momento para outro – Pixabay

Talvez já foi diagnosticado hipertonia arterial crônica em você, talvez já recebe medicamentos para normalizar a pressão alta. Mas talvez não sabe muito sobre esta doença.

Cada quarta pessoa no mundo com hipertonia arterial sofrerá um AVC, um acidente vascular cerebral (apoplexia). Frequentemente já na idade entre 40 e 60 anos.

Depois de um AVC sua vida nunca será mais como antes. De um momento para outro tudo será diferente.

Vejo muitos pacientes chegar com crises de pressão alta e sem saber como controlar e tratar a crise em casa.

Saiba: crises de pressão alta aparecem menos, caso que você mesmo controla sua doença, medindo a pressão em casa.

Os fatores de risco são bem conhecidos: stress contínuo sem compensação adequada, falta de atividade corporal regular, consumo de demais álcool, tabagismo, muito sal de cozinha nas refeições, costume de comer comidas prontas que usam intensificadores de sabor, muito açúcar e muito sal. gorduras baratas.

 

Em pessoas saudáveis fica a pressão após descanso de cinco minutos sempre abaixo de 140/90 mmHg.

  • O primeiro número indica a pressão nas artérias, quando o coração se contrai para bombear o sangue na periferia,
  • o segundo número indica a pressão restante nas artérias, quando o coração está relaxado e se enche de novo com sangue;
  • mmHg informa, quantos milímetros a pressão arterial elevaria o nível de mercúrio (Hg) num aparelho antigo para medir a pressão (este tipo de aparelho não está mais em uso, pois mercúrio emite gases venenosos ao quebrar o vidro e o mercúrio se espalhar no chão).

 

Hipertonia arterial pode ser causada por defeitos nos rins, por causas hormonais, pelas causas acima mencionadas ou por causas ainda desconhecidas. Na maioria dos casos a pressão alta está pelo menos co-causada pelo estilo de vida. Este estilo de vida modificou bastante nos últimos 100 anos.

Vale a pena buscar as causas e tratar eles. Somente tomar medicamentos definitivamente não basta para um bom tratamento.

 

Hipertonia arterial crônica estraga principalmente o cérebro, o coração e os rins.

Pressão alta crônica estraga coração, cérebro e rins. Quando os rins estão atingidos, cérebro e coração seguem em pouco tempo

A natureza aperfeiçoou todos os seres vivos deste planeta para duas coisas: poder buscar comida e para procriar. O resto não interessa ela.

Lembro-me que somente 40 anos atrás, quando trabalhei a primeira vez no Brasil, nunca vi gente obesa. A vida no Nordeste brasileiro foi outra: todo mundo caminhava ou andava de bicicleta, motos não existiam, carros eram raros, caros demais para a população pobre. Somente uma minoria usou carro, principalmente para transportar carga.

Neste tempo fiz cirurgias, tratei consequências de acidentes, infecções intestinais, pneumonias e infecções da pele, ajudei em partos, tratei dores.

Mas não me lembro de um único caso de Diabetes ou pressão alta.

Já que a caminhada diária e outro tipo de movimento corporal hoje é privilégio somente dos mais entendidos e a maioria da população vive sentada, comendo com bom apetite, gastando poucas calorias, as chamadas “doenças civilizatórias” são inevitáveis.
Hipertonia arterial é só uma delas.

 

Logicamente começa todo tratamento de doenças civilizatórias com o que está escrito nos nossos genes: Levante-se e busque seu sustento. Nadando, voando ou caminhando. No nosso caso caminhando – a pé naturalmente.
Sem movimento corporal o tratamento de pressão alta será bem menos eficaz.

 

O valor abaixo de 140/90 foi definido, porque uma pressão constantemente superior endurece as artérias antes do tempo. Acidentes vasculares serão a consequência.

 

Suposta pressão de 170/110 mmHg. A gráfica mostra, que a mortalidade por hipertonia arterial está mais estreitamente relacionada com a pressão diastólica que com a pressão sistólica

Para pessoas com idade inferior a 65 anos a pressão arterial até 130/70-80 mmHg é considerada ideal, para pessoas acima de 65 anos até 130 a 150/70 a 80 mmHg.

Mais perigosas são as crises de hipertonia arterial quanto mais envelhecido o sistema da circulação sanguínea, menos elásticas as artérias, mais grossas as paredes das artérias, seja como resposta compensatória do corpo para resistir à pressão cronicamente elevada, seja por modificações genéticas.

 

As crises de pressão alta acontecem, quando o cérebro se sente em perigo, estressado.

Pode ser somente um perigo imaginário causado por ansiedade e angústia, pode ser stress crônico, p.ex. falta crônica de sono, barulho permanente ou uma situação difícil da vida, pode ser um desgosto ou uma raiva.  Frequentemente é um vírus que ataca o corpo e desequilibra a pressão por aumentar a inflamação silenciosa no corpo.

Sempre o cérebro ativa o mesmo reflexo, sempre quer se defender ou fugir. Em consequência aumenta a pressão arterial (raras vezes baixa).

 

A pressão arterial é por natureza muito variável. Adapta-se a todas as necessidades do corpo no seu dia-a-dia, aumenta, quando necessário e volta ao normal, quando o corpo não precisa mais dela.

Raiva. Esta emoção prepara o corpo para lutar. Consequentemente aumenta a pressão arterial para ganhar a força de vencer. E vice-versa deixa pressão alta o paciente mais irritável, mais iracundo.

Quem p.ex. quer ganhar uma corrida de 100 metros e não tem uma pressão altíssima durante a corrida, nunca será o primeiro. Já que todos nós somos diferentes, também varia a pressão arterial média de cada um.
O perigo começa, quando estamos em tranquilidade e a pressão arterial não desce mais ao normal.

Aproximadamente 20% dos hipertensos sentem dor de cabeça e a nuca dura. Vejo estes pacientes com cefaleia como beneficiados, pois vão buscar ajuda médica para livrar-se da dor. 80% dos hipertensos não sentem dores. Aí vem os acidentes vasculares aparentemente do nada.

Praticamente todos os pacientes com hipertonia arterial não controlada sentem-se internamente tensos.
Uns começam uma autoterapia com álcool após o trabalho para ficarem mais calmos, mais sociáveis. Claro, esta terapia está errada e pode levar ao alcoolismo.
Outros com a hipertonia arterial já diagnosticada não conhecem a relação da tensão interna com a hipertonia arterial, não tomam a doença em sério, não entendem a necessidade de tratamento: “Não sinto nada, doutor”.

Aconselho fazer no começo do tratamento um M.A.P.A. (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), uma medição de 24 horas da pressão arterial. Com M.A.P.A. é mais fácil identificar os hipertensos verdadeiros e encontrar pacientes com pressão alta elevada mais durante a noite que durante o dia (Non-dipper). Estas pessoas correm um risco maior que pessoas, onde a pressão arterial cai fisiologicamente durante a noite (dipper). Especialmente para os Non-dipper recomenda-se tomar um medicamento antihipertensivo antes de dormir para proteger o rim melhor durante a noite.

 

Dica para pessoas com tensão interna persistente: a causa pode ser sua pressão arterial elevada

Lembremos: quando o cérebro se sente ameaçado, ele ativa o reflexo de fuga ou luta. Consequentemente o corpo precisa da pressão arterial aumentada para poder fugir ou lutar. Precisa determinação firme para poder vencer. Em consequência aumentam irritabilidade e raiva.
O hipertenso fica irritável e irritado por tudo, sem saber por quê. Até a mosca na parede lhe pode zangar. Isto prejudica o bom convívio com a família e com os colegas do trabalho.

Muito melhor começar uma terapia com anti-hipertensivos. Existe uma terapia adequada para cada tipo de hipertenso. Bem tratada se desfaz esta irritabilidade e o paciente hipertenso pode viver como ele realmente é. Sem distorção involuntária do próprio caráter pela pressão alta.

 

Repito: Os fatores de risco mais importantes para estragar os vasos e sofrer acidentes vasculares já em idade jovem são stress contínuo, colesterol-LDL alto, o hábito de fumar, sedentarismo com consequências como Diabetes mellitus, hipertonia arterial, sobrepeso e o ácido úrico alto.

Ingestão elevada de sal de cozinha, p.ex. em comidas industrializadas ou pratos feitos, aumenta o volume circulante a assim a pressão arterial (demais sal na comida aumenta também o risco de câncer do estômago).

Todos estes fatores associados à poluição do ambiente, p.ex. fumaça das queimadas e emissões dos carros e da indústria, a poeira fina pela abrasão das rodas, aumentam a inflamação silenciosa não somente nas vias aéreas, senão também nos vasos. Inflamação é uma tentativa do nosso corpo de se manter saudável. Quanto mais ruim nosso estilo de vida por não obedecer aos nossos genes, mais danos nas células e mais necessidade de conserto.

 

Inflamação silenciosa é a causa principal do envelhecimento de todos os seres vivos neste planeta.

Quanto mais inflamação tem num corpo, mais rapidamente ele envelhecerá. O nosso estilo de vida, natural ou antinatural, é decisivo para o envelhecimento lento ou rápido (estudos recentes mostram, que já a luz do dia [luz azul; 450nm] pode diminuir a pressão arterial E que a cor verde – do nosso ambiente natural – é capaz de tranquilizar a mente e diminuir o stress).

Geneticamente somos ainda os mesmos como 100.000 anos atrás. A genética do homem praticamente não foi mais modificada desde este tempo.

Inflamação silenciosa diminui a elasticidade das artérias, endurece e estraga elas. Tomar constantemente os medicamentos anti-hipertensivos adequados para diminuir a pressão arterial e assim também a inflamação silenciosa, prolonga a vida com saúde, ajuda a se sentir mais relaxado, ficar menos irritável, menos raivoso, e ajuda a ter mais proteção nos tempos de crise.

Tratar somente em tempos, quando a pressão sobe, ajuda em nada: anula o efeito de diminuição da inflamação silenciosa e desfaz a proteção contra derrames.

 

Os medicamentos usados em dose adequada fazem seu trabalho muito bem.

Não se contente por isto, se você recebeu um medicamento para tratar a pressão: faça controles regulares, no começo diariamente, depois semanalmente, mensalmente e, claro, logo em caso de mal-estar. É preciso que a pressão seja controlada e adaptada para em tranquilidade ficar sempre abaixo de 140/90, em pessoas idosas abaixo de 150/90.

O médico começa o tratamento com doses menores, pois um cérebro acostumado à pressão alta percebe uma pressão normal como baixa: o paciente sente-se indisposto, talvez fraco e mole. Fique tranquilo, isto passa rapidamente. Após duas a três semanas o cérebro aceitará a pressão menor como normal e você volta a se sentir normal (e agora mais protegido).

Observação: Em pessoas idosas, acostumadas a hipertonia não bastante tratada, existe o perigo de quedas, caso que a pressão é baixada rápido demais.

Por isto: deixe sempre o médico modificar a medicação, nunca o leigo.

 

Resumo:

  • Na crise de pressão alta tome logo um comprimido adicional. Pergunte seu médico, qual comprimido deve ser usado logo na crise. Em geral é um medicamento do tipo Captopril, Enalapril ou Losartano.
    Lembre: a hipertonia arterial é a causa mais importante para acidentes cerebrais e aleijamento já em jovens, no mundo todo.
  • Não se contente, se você recebeu seu medicamento para tratar a pressão. Faça controles regulares.
  • Tente também “tranquilizar” seu estilo de vida. O luxo de uma soneca de no mais (!) 30 minutos após o almoço é uma medida fácil para diminuir stress e hipertonia arterial.
  • Mesmo quando sua pressão ainda não está controlada, você pode fazer caminhada. Você está aperfeiçoado para este tipo de movimento. A caminhada ajuda a normalizar sua pressão. Não é preciso esforço máximo, senão esforço contínuo. E no começo comece lento, Roma não foi construido num único dia. Importante é que você faz.
  • Diminua o consumo de sal de cozinha, evitando p.ex. comida pronta. Você diminuirá o consumo geral de sal, cozinhando as refeições de casa com pouco sal e colocando o sal na mesa para quem prefere a comida mais salgada.
    Pouco sal na refeição deixa sua microbiota mais saudável e ela produzirá sustâncias que deixam a pressão arterial mais moderada.
    Atenção: Pessoas com uso de diuréticos, p.ex. Hidroclorotiazida, Clortalidona, Furosemida, Espironolactona etc., que eliminam sal do corpo, precisam colocar sal na sua comida para evitar a perigosa hiponatremia. A dose recomendada de sal é seis gramas por dia.

 

O médico trabalha, para que o indivíduo possa andar até sua última hora nos próprios pés e decidir com a própria cabeça.
Ninguém quer ser dependente de outros, ninguém quer ser mandado. Todos nos queremos ficar autônomos. Isto será somente possível, se a irrigação sanguínea funciona bem, se as artérias ficam elásticas.

 

 

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