Rinite alérgica, sinusite alérgica – como tratar melhor
E como ficar assim mais forte e saudável
Imagine-se uma lona de plástico e alguém jogando carvão em brasa acima dela: lá onde cai, fura um buraco.
Assim pode-se imaginar a mucosa do nariz quando maltratada com um alergênico: lá onde o alergênico entra em contato com a mucosa, começa uma reação inflamatória: por erro o alergênico está considerado como hostil e perigoso pela defesa do corpo.
Continuando com imagens, é a mucosa não mais como uma autopista, onde nada cresce, senão uma chácara recentemente arada, onde a bactéria mais fraca, o vírus mais incapaz pode penetrar e começar a perturbar a saúde do paciente.
Por esta causa indivíduos com rinite alérgica adoecem mais vezes que pessoas sem alergias. Por exemplo por simples viroses.
A rinite alérgica é causada por alergênicos no ar que respiramos.
Conhecemos a rinite alérgica durante o ano todo, causado principalmente por poeira de casa (ácaros). Esta é a alergia mais frequente.
Também escamas de pele ou cabelo de animais de estimação podem provocar rinite alérgica ou asma.
A rinite alérgica somente em determinadas épocas do ano é causada por pólen de flores e gramas, por pólen de árvores ou arbustos.
Existe uma rinite alérgica causada por esporos de fungos e também uma rinite crônica não alérgica, quando o paciente vive ou trabalha em casa com paredes úmidas. Neste caso a rinite e a tosse podem ser causadas por toxina, produzida pelo fungo (p.ex. a Gliotoxina do fongo Aspergillus fumigatus). A terapia certa seria o reparo da casa ou a mudança para outra.
Muito frequente é a formação de pólipos no nariz e a hipertrofia de adenoides, consequência da rinossinusite crônica (inflamação) e da tentativa do corpo de cura-la. A rinite alérgica pode levar a tosse crônica, conjuntivite crônica e otite média com efusão. E ela pode levar a asma bronquial (segundo estudos associada em 20% a 47%).
Os médicos 15.000 anos antes do nosso tempo já observaram que ninguém tem espasmos brônquicos e asma que não tem ao mesmo tempo uma sinusite crônica.
Hoje sabemos que esta observação dos médicos antigos está certa. Consequência: Nunca tratar somente o asma, sempre tratar também a rinite e sinusite crônicas.
O tratamento adequado da rinite alérgica diminui a exagerada responsividade brônquica.
O nariz da gente tem um mecanismo sofisticado para manter a mucosa saudável:
A cada 4 horas fecha um lado um pouco mais e o outro abre mais. Neste tempo recebe o lado mais fechado uma irrigação sanguínea melhor para permanecer saudável.
Em caso de um ataque por vírus piora a rinite alérgica: o nariz congestiona mais ainda, o catarro corre, os olhos ficam irritados, tudo baba e coça ainda mais, a garganta inflama. Tudo bastante desagradável.
Existem terapias de dessensibilização por injeção (SIT) ou terapias sublinguais (SLIT),
que serão prescritas e/ou aplicadas pelo médico especializado. Mas muitas vezes prescreve o médico uma terapia com um anti-alérgeno nasal tópico. Eu uso o nome de “controlador” para este tipo de medicamento por controlar a alergia.
Um descongestionante nasal alivia e deixa os 2 lados do nariz descongestionados e mais secos.
O paciente respira mais facilmente. A “descongestão” permite que o catarro saia por completo pelas saídas estreitas dos seios maxilares e frontais. Claro, somente quando deitamos nas costas (veja desenho acima). Chamo este medicamento de “aliviador“.
Lembre: o descongestionante não controla a doença alérgica, mas vicia caso a pessoa usa o medicamente em vez de controlar a rinite.
Seria um erro fatal de tratar a rinite alérgica durante demais tempo com um descongestionante nasal, já que a “descongestão” diminui temporariamente a irrigação sanguínea e assim também a nutrição da mucosa. Pior, após só três semanas acostumou-se o nariz e vai querer abrir somente quando usamos o descongestionante. Resultariam assim danos da mucosa e consequências negativas para a saúde do indivíduo. Isto deve ser evitado a qualquer custo.
Lembro: Nunca use um descongestionante nasal mais que sete dias seguidos. Somente este tempo é seguro.
Para o tratamento correto da rinite alérgica use um medicamento que controla a alergia local.
Chamo este medicamento o controlador. O tratamento com controlador desinflama a mucosa e deixa ela reagir como a mucosa de uma pessoa sem alergia. A mucosa pode fazer seu trabalho de esquentar e umedecer o ar que respiramos.
Existem vários medicamentos do tipo cortisona com efeitos colaterais diferentes. É preciso um anti-inflamatório que não atrofie a mucosa e tenha somente efeitos locais como estes mais usados mundialmente:
Budesonida, Mometasona e Fluticasona.
Para o uso somente em determinadas épocas do ano recomendo Budesonida. É um medicamento muito bom.
Caso que o uso contínuo é necessário, prefiro prescrever Mometasona ou Fluticasona. Estas sustâncias comprovaram que praticamente não atrofiam peles mucosas.
Num estudo p.ex., onde Mometasona em forma de creme, aplicado diariamente no dorso da mão durante um ano, deixou a pele em seu estado natural, sem atrofia. Um antialérgico e anti-inflamatório forte com efeitos colaterais insignificantes.
Um paciente com rinite alérgica bem tratada pode adquirir resfriados comuns como pessoas sem alergia.
O catarro abundante pode impedir, que o antialérgico chegue ao aplicar no lugar de sua ação, à mucosa. Nestes crises o controlador não tem muito efeito descongestionante.
Recomendo neste caso primeiro o uso do descongestionante nasal (aliviador): Após aspirar o spray descongestionante pelas duas narinas deite durante 10 a 5 minutos nas costas. Assim o catarro escorrega pelas saídas descongestionadas de uma vez, esvaziando os seios. Repita a aplicação do descongestionante, seguido de manobras de Valsalva repetidas para pressionar ar no ouvido médio: uma profilaxia boa para evitar otite média. A manobra de Valsalva é aquela, que você faz instintivamente para diminuir a pressão nos ouvidos, quando p.ex. seu avião pousa ou você desce de carro da serra para o vale do Cariri.
Depois da saída de catarro a mucosa fica preparada para ser tratada com o controlador.
Um pano ou uma fralda velha no pescoço durante a noite (e dia) ativa um reflexo cutaneo-visceral. Este influencia a garganta inflamada positivamente. Este efeito positivo você vai notar na manhã seguinte.
Em dias saudáveis pode bastar uma única nebulização ou jato do seu controlador em cada narina antes de dormir. Mas já na próxima crise com coriza volte para uma nebulização duas vezes ao dia.
Após uma sinusite forte ou em caso de sinusite crônica é preciso usar o spray controlador duas vezes no dia, ao levantar e ao dormir, no mínimo durante dois meses seguidos.
Sempre seguido de 10 minutos deitado nas costas depois da aplicação. Assim você evita acúmulo de catarro, pois os seios precisam tempo até realmente desinflamar. Não agindo assim você arrisca o possível recomeço da sinusite.
Caso que é preciso viajar de avião nestes dois meses após uma sinusite aguda, recomendo a aplicação do aliviador descongestionante um única vez antes do voo, seguido de manobras de Valsalva repetidas durante o voo.
Aplicações de soro fisiológico em forma de spray, nebulização ou lavagem nasal são sempre úteis, especialmente nas crises, pois ajudam a umedecer a mucosa seca e deixar ela assim mais saudável.
Caso que os sintomas com esta estratégia não melhoram no tempo devido, procure um especialista.
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