Porque doem cabeça e ombros?

Porque doem cabeça e ombros?

Como evitar esta dor?

 

O estado de músculos e tendões é o resultado das nossas atividades cotidianas
(Roland Liebscher, engenheiro mecânico e um dos fisioterapeutas mais conhecidos da Alemanha)

 

O encurtamento dos músculos pectorais sobrecarrega as contrapartes. O resultado é dor de cabeça e dor dos ombros

Você sabia, que o crânio humana pode pesar até 5kg?
Quando você baixa a cabeça para olhar no seu celular, a musculatura do pescoço trabalha bem mais pesado que em posição erguida. Com uma inclinação de 15° a musculatura tem que aguentar um peso de aproximadamente 12 kg, em inclinação de 60° já o peso dobrado, 24 kg.

Quem trabalha sentado na frente do computador, está quase sempre em postura relaxada com os ombros caídos, o tronco curvado e “pescoço de urubu”.
Os músculos da nuca encurtam em posição contraída e com o tempo a nuca endurece.

O nosso corpo não é perfeito, porque sendo perfeito, com genes estáveis, não seria mais capaz de adaptar-se a novas condições do ambiente.
Como os corpos de todos os seres vivos deste planeta, também o corpo humano foi desenvolvido pela natureza para dois fins: ser capaz de buscar comida e para procriar. O resto não interessa a natureza.

Andar em posição erguida é um fato muito recente. Pode-se dizer que 99,99% do nosso tempo de desenvolvimento andávamos nos quatro membros.
O nosso computador, o cérebro, era obrigado a desenvolver novos programas para que os músculos funcionem adequadamente neste novo modo de movimento. Todo mundo sabe, que um programa novo funciona somente bem no dia-a-dia, se o usuário faz exatamente, o que é previsto na programação. Um programa novo não é tolerante ainda, não permite erros. Falha facilmente, se o usuário não obedece às regras da programação.

 

Imagina-se um animal quadrúpede de pé na sua frente, tranquilo, sem movimento algum.

Cada músculo, que este animal precisa para não cair, para não bater a cabeça no chão, tem uma forte tendência de encurtar. A musculatura antagonista, que só trabalha bastante quando o animal corre, foge ou persegue, tem ao contrário uma forte tendência de se desfazer, de atrofiar.
Toda musculatura deste animal fica em bom equilíbrio, se o animal se movimenta durante o dia, buscando sua comida.

Para nos humanos a previsão da natureza é essa: poder buscar o próprio sustento, caminhando em 2 pés entre 10 e 20 km por dia, cavar na terra, subir em árvores, correr e treinar desta maneira involuntariamente toda a musculatura do corpo. O indivíduo encontrará assim sua comida e ficará em perfeito equilíbrio muscular.

 

A realidade hoje?

Para a primeira refeição do dia são somente poucos passos, também para o carro ou a moto, para o trabalho e na volta para casa. No trabalho braços e mãos sempre postos para frente, no teclado do computador, no fogão ou na pia da cozinha, na montagem numa oficina, na construção de algum projeto. Mesmo assim estamos à noite cansados, querendo nos beneficiar com uma boa janta, com as notícias na TV e com um filme, depois para a cama. Sempre sentado ou de pé.
Caminhar, correr 10 a 20 km, subir em árvores, cavar na terra? Nem pensar!

Voltando à imagem do animal quadrúpede, parado na sua frente: as articulações de ombros e anca em posição neutra sustentam o tronco, em todas elas tem bastante espaço. Também numa pessoa com postura boa e equilibrada, com bom treinamento muscular, todas as estruturas das articulações tem espaço suficiente. Nenhum dos músculos carrega demais.
Economicamente falado uma posição corporal muito eficiente com gasto mínimo de energia.

Em pessoas com musculatura desequilibrada e com postura frouxa cai a cabeça com seu peso enorme para frente. A musculatura da nuca fica sobrecarregada. O resultado é dor de cabeça. Naturalmente existem dores de cabeça também por outras doenças. Mas a causa mais frequente, que encontro nas consultas do dia-a-dia, é esta.

 

Os ombros caem para frente, arrastados pelos músculos encurtados do peito.

Esta situação sobrecarrega os músculos de nuca e ombros ainda mais. A cabeça do úmero (osso do braço) está puxada para acima e encontra cada vez menos espaço, na articulação do ombro fica tudo estreito. Pela pressão começa irritação, depois inflamação com estrago da cartilagem e dos tendões ao redor deste osso. A pressão alta e a inflamação dificultam a alimentação e regeneração da cartilagem e dos tendões, que movimentam o braço no ombro. Eles podem romper.
Temos agora uma roda viva: “dor resulta em menos movimento e menos movimento faz mais dor”. Economicamente falado uma posição corporal ineficiente.

 

A ideia da natureza, que a fome nos obriga a levantar e buscar comida, a superar a preguiça, funcionava durante centenas de milhões de anos.

A preguiça tem sentido: deixa o corpo aproveitar melhor o pouco, que o indivíduo encontrou para comer e que sustenta sua vida. Funciona ainda nos 10% da humanidade que vivem com fome permanente e em todas as outras espécies.

Caso que o acesso à comida é fácil, a preguiça prevalece, a necessidade de atividade corporal é mínima.
O indivíduo não sente fome, não vê a necessidade de buscar, de caminhar, de cavar, de subir em árvores, de correr para ganhar o próprio sustento. Resultado triste: o corpo não adequadamente usado deste indivíduo degenera, se desfaz, com resultados desfavoráveis.

Você conhece aquelas velhinhas com as costas arredondadas de viúva, com ombros caídos, puxados pelos músculos do peito? Os músculos antagonistas sobrecarregados, incapacitados na sua tarefa de manter o tronco erguido?

O excesso de trabalho e a incapacidade de relaxar facilitam a formação de nós musculares nos antagonistas. Estes nós musculares, chamados pontos de gatilho, são a fonte permanente de dor de coluna. Em ombros, cabeça e costas mais baixas. Com crises de dor após traumatismos leves ou durante viroses.

Mas a insuficiência postural não dói somente. Pouca musculatura significa massa óssea frágil, significa evolução de osteoporose com perigo de micro- e macrofraturas de vértebras.

 

O espaço dentro do torax diminui com consequências desfavoráveis para o coração, para a circulação sanguínea e a respiração.

Você já entendeu: medicamentos para dor não resolvem nada.
Não tratam a causa, estragam somente o estômago e outros órgãos. A única solução para melhorar dor de cabeça, dor dos ombros e da coluna é melhorar a postura.

 

 

A palavra chave: equilíbrio e movimento.

Alongamento dos músculos encurtados, musculação para os antagonistas, as contrapartes sobrecarregadas. O movimento em todas as articulações nutre cartilgem e evita artrose.
Imitando voluntariamente o treinamento involuntário dos nossos antepassados, você deixará seu corpo mais saudável, sem dor ou com pouca dor.

 

Sua atividade física deve fazer parte do seu dia-a-dia. Ela deve ser tão normal e natural como comer, beber, como dormir e despertar.

Treinando em cinco dias da semana (o mínimo: 150 minutos por semana) você ajudará não somente ombros e cabeça, senão todas as articulações do corpo. Você sabe: o sentido de todo treino é deixar o corpo em condições que permitem boa qualidade de vida e autonomia até o último dia.

O ortopedista especializado em cirurgia de ombros pode aumentar este espaço estreito do ombro, afinando o teto desta articulação (descompressão subacromial). Mas claro, a causa do problema está somente parcialmente resolvida. O encurtamento dos músculos pectorais e o sobrecarrego dos músculos das costas superiores continuam. Também a dor de cabeça e a dor da nuca. Por isto também a recomendação do colega após a cirurgia é essa mesma: alongamento e musculação.

 

Lembre: Definitivamente não basta se livrar da dor. O principal é saber como poder evitar seu reaparecimento, dor e degeneração precoce.

Agora: Porque não treinar antes e evitar assim uma cirurgia?

 

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